No dia 9 de junho, Júpiter – planeta associado à expansão, fé e
sentido – entra em Câncer, signo ligado à infância, ao lar, à família,
à maternidade e à memória emocional. Até 20 de junho de 2026,
viveremos um ciclo marcado por temas profundos relacionados às
origens, ao passado e à busca por pertencimento.
Não por acaso, já se observa uma valorização crescente de práticas
que resgatam o afeto de outras épocas: o uso de papel de carta,
diários escritos à mão, brinquedos antigos e, mais recentemente, o
fenômeno dos bebês reborn – bonecas hiper-realistas que simulam
recém-nascidos com impressionante precisão estética.
À primeira vista, pode parecer apenas um nicho curioso do mercado
de colecionadores. Mas, sob uma lente psicanalítica, os bebês
reborn revelam algo mais: a tentativa de adultos – principalmente
mulheres – de lidar com um desejo materno não realizado ou
frustrado. A boneca, nesse contexto, torna-se o receptáculo
simbólico de um amor que não encontrou lugar no real: o filho que
não veio, a maternidade que não pôde ser vivida, o cuidado que não
teve para onde ir.
Em vez de representar uma volta à infância, esses bebês são
projeções do afeto que não pôde ser exercido, e que agora é
deslocado para um objeto que não exige, não frustra e não
abandona. A boneca não chora de verdade, não cresce, não impõe
limites. Ela apenas recebe. É um amor silencioso, unidirecional –
que diz mais sobre o adulto do que sobre a criança.
Com Júpiter em Câncer, questões emocionais ganham um palco
coletivo. O cuidado psíquico, a estabilidade emocional e os vínculos
afetivos passarão a ser vistos como necessidades fundamentais.
Nesse contexto, as políticas públicas voltadas à saúde mental
tendem a ganhar força e visibilidade, especialmente no que diz
respeito à prevenção de traumas, acolhimento de vulnerabilidades
emocionais e suporte psicológico em larga escala.
persona | ASTROLOGIA
Esse também será um tempo em que a família se tornará tema
central para todos nós – seja para nutrir vínculos, curar feridas,
formar novas estruturas ou romper padrões herdados. Questões
ligadas ao feminino, fertilidade, maternidade, gestação e nutrição
estarão em evidência. É possível que vejamos avanços na medicina
feminina, em especial na compreensão de doenças herdadas,
descobertas sobre fertilidade e na valorização de formas de cuidado
mais integrativas.
Estamos entrando em um ciclo que nos pede intimidade,
escuta e pertencimento – mas também estrutura emocional.
Como cuidar do que sentimos, sem fugir do que ainda dói?
POR:
BRUNA PACHECO
@brunafpacheco
ESPECIALISTA EM ASTROL