Nascido na cidade de Alegria, no noroeste do Estado, Diego Junier Roumow sempre soube que sua trajetória o levaria à medicina. Durante o ensino médio, ele teve o que descreve como um "chamado" para a profissão.
– No primeiro ano do segundo grau, decidi que seria médico e, a partir daquele momento, fiz tudo o que era necessário para alcançar esse objetivo – relembra Diego, hoje um cardiologista consolidado.
Formado pela Universidade Federal de Santa Maria, Diego construiu sua carreira movida por duas grandes paixões: o desejo de entender o corpo humano e um fascínio pelo coração.
– O coração é um órgão único. Sua maneira de comandar o corpo, sua complexidade e capacidade de adaptação me impressionaram desde o início – explica.
A paixão pela cardiologia surgiu de forma inesperada. Durante uma greve na universidade, ele acompanhou um residente que sonhava em se especializar nessa área.
– Aquela experiência solidificou minha decisão de me tornar cardiologista – afirma. Após a graduação, Diego especializou-se em clínica médica no Hospital Universitário de Santa Maria e, em seguida, atuou no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, onde completou sua formação.
– Esse é um dos melhores centros de cardiologia do país e me deu a base necessária para enfrentar os desafios da especialidade – destaca.
Um dos grandes desafios da cardiologia, segundo Diego, é a capacidade de antecipar problemas cardíacos. – O maior desafio de um cardiologista é prever e evitar problemas que podem ser fatais. Muitas doenças cardíacas são preveníveis, mas identificar o risco antes que seja tarde é uma tarefa árdua – diz, enfatizando a importância de exames simples e eficazes para o diagnóstico precoce.
Ele ressalta que a cardiologia está em constante evolução, com novos tratamentos e tecnologias surgindo rapidamente. – Nos últimos 20 anos, tivemos uma revolução na cardiologia. Novos medicamentos e tratamentos se tornaram mais eficazes, oferecendo uma longevidade com mais qualidade de vida aos pacientes – comenta.
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental nesse processo. Dispositivos como relógios inteligentes, que detectam arritmias, são aliados no monitoramento da saúde dos pacientes. – Essas inovações nos permitem diagnosticar e tratar problemas de forma muito mais ágil, o que é essencial para salvar vidas – celebra.
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios importantes. – O isolamento social e a falta de atividade física deixaram muitas pessoas vulneráveis. Observamos um aumento no número de hipertensos e em pessoas com arritmias, além do ganho de peso generalizado –
lamenta Diego, notando um crescimento nos problemas cardíacos pós-pandemia.
Para prevenir doenças cardíacas, Diego recomenda mudanças de hábitos e consultas regulares ao médico. – O principal fator de risco para problemas cardíacos é a hipertensão arterial, muitas vezes silenciosa. Junto a ela, temos o sedentarismo, o tabagismo, o colesterol elevado, o diabetes e a obesidade. A partir dos 40 anos, é fundamental realizar uma revisão com um eletrocardiograma. Exames simples e uma
conversa franca com o médico podem prevenir até 90% dos problemas.
Além das consultas, o médico recomenda a prática de exercícios. – Uma rotina de 150 a 300 minutos de atividade física por semana é suficiente para reduzir o estresse, melhorar o sono e, principalmente, diminuir o risco de doenças cardíacas – destaca.
Diego está na vanguarda das inovações em tratamentos cardíacos, como os minimamente invasivos para doenças valvares, como a estenose aórtica. – Antes, pacientes idosos não podiam passar por cirurgias abertas devido aos riscos. Hoje, conseguimos implantar válvulas via cateterismo, permitindo que esses pacientes tenham uma vida de qualidade. Nos próximos anos, veremos uma transformação na forma como administramos medicamentos, com alguns tratamentos já sendo feitos de forma subcutânea. Acredito que, em breve, a genética será fundamental na prevenção e tratamento das doenças cardíacas.
Para ele, a relação médico-paciente deve ser baseada em confiança e honestidade. – A verdade deve ser a prioridade de ambos os lados. Quando médico e paciente falam a verdade, a relação se fortalece e os resultados aparecem.
A cardiologia é, para Diego, mais do que uma profissão: é uma missão de vida. A cada dia, ele busca se atualizar, participar de congressos internacionais e estudar os avanços mais recentes da medicina para oferecer o melhor cuidado possível aos seus pacientes.
– O que mais me motiva é saber que posso ajudar uma pessoa a viver mais e com mais qualidade de vida. Esse é o meu maior incentivo.