Uma das entidades mais importantes para a economia local, a Câmara de Comércio, 

Indústria e Serviços de Santa Maria, elegeu sua nova direção em novembro. Andrei de Lacerda Nunes, 40 anos, sócio-proprietário da J.Colect Coleta de Dados e Inventários, é o novo presidente e, por dois anos, estará à frente da Cacism.

Natural de Blumenau, Andrei passou a morar em Santa Maria ainda criança e construiu, desde então, laços afetivos e profissionais muito sólidos com a cidade. Discreto com suas questões pessoais, prefere colocar em pauta muito mais os planos da entidade que os seus próprios. Em 2020, no entanto, ele não conseguiu evitar virar notícia após sofrer um acidente grave na BR-290, em Rosário do Sul. Depois de ficar na UTI e receber o que considera uma “nova oportunidade”, reforçou sua espiritualidade e, a cada 13 de outubro, comemora o que muitos acreditam ter sido um milagre.

Há 14 anos, o empresário empreende no ramo de inventários de estoque, ativos imobilizados e cadeia de suprimentos, atuando no mercado regional e até mesmo fora do Rio Grande do Sul. Interessado por inovação e pelo desenvolvimento econômico de Santa Maria, sua relação com entidades como a Associação dos Jovens Empreendedores de Santa Maria, a Ajesm, da qual foi presidente em 2012, e com a Cacism, foi algo que aconteceu naturalmente. Tanto que, desde 2014, ele ocupou cargos no Conselho de Administração, de Direção, além da vice-presidência de Comércio da entidade.
A atuação na Cacism fez com que Andrei acompanhasse de perto muitas das reivindicações de melhorias para a cidade e região, a exemplo da reunião da qual participou, em maio deste ano, com o vice-governador Gabriel Souza, sobre a duplicação da RSC-287, entre Santa Maria e Novo Cabrais.
O mandato de Andrei e de seu vice, Eduardo Rosa Biacchi, diretor-presidente da Pampeiro, tem duração de dois anos. A Persona conversou com ele para conhecer um pouco mais sobre seus planos para o futuro da entidade.
A Cacism não é uma novidade dentro da sua atuação, afinal, você já ocupou outros cargos
na entidade. No que eles ajudam a construir a sua presidência a partir de agora?

De 2014 a 2015, fiz parte do Conselho de Administração, voltando em 2019 a 2023, onde, nas duas gestões, exerci o cargo de diretor e, na sequência, o cargo de vice-presidente de Comércio. Estas três participações permitiram-me conhecer muito mais as áreas
de atuação da Cacism, seja nas ações voltadas à classe empresarial, que é o DNA da entidade, seja nas causas comunitárias, que fazem parte da tradição centenária dela. Essa atuação me permitiu conhecer o complexo mecanismo de representação que a entidade possui, pois, cada vez mais, as demandas são difíceis e demoradas. Julgo que a experiência adquirida com participação no cotidiano da entidade é fundamental para o bom exercício do
cargo de presidente.

 
Qual é o objetivo que gostaria de ver realizado quando o mandato chegar ao fim?

 
Representar cada vez melhor a classe empresarial e manter a Cacism com seu protagonismo e sua tradição. Citando uma pauta específica, pretendo buscar, junto à prefeitura, a regularização do Centro Desportivo Municipal, o nosso CDM, para que a cidade
possa ter de volta o seu maior evento, a Feisma.
Algumas das pessoas que ocuparam cargos na Cacism acabaram tendo uma inserção na vida política da cidade com o passar do tempo. Essa questão política, a intenção de um dia talvez ocupar um cargo público, faz parte dos seus planos? 


Não pretendo ter uma carreira política. Não possuo filiação partidária e acredito que, assim, posso exercer, com maior isenção, as demandas que o cargo exige. Ocorre, também, que várias pautas da Cacism, sejam elas empresariais ou da cidade, para seus encaminhamentos ou resoluções, envolvem o poder público, tanto na esfera municipal, quanto na estadual ou federal. Entendo que a neutralidade política é saudável para nossa
entidade.


Como percebe a interação da Cacism na cidade e onde acredita que é possível melhorar e crescer?
A interação da Cacism com a comunidade vem desde sua fundação, sendo parte importantíssima de sua existência. Um exemplo foi o fato de a entidade ter participado ativamente, no ano de 1898, da criação da Sociedade de Caridade de Santa Maria, que tinha como objetivo a criação do Hospital de Caridade, inaugurado no ano de 1903. Portanto, essa característica está em seus pilares, desde sua criação. Num período mais recente, temos algumas realizações da Cacism que impactaram positivamente nossa comunidade, como o Parque da Cacism, a Feisma, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), a administração do condomínio do Aeroporto Civil e a participação em vários Conselhos ligados à sociedade santa-mariense. Para 2024, estamos viabilizando a construção de uma Central de Polícia, onde ocorrerá a centralização de grande parte das delegacias de nosso município.
Imagino que seja possível, sim, expandir, pois as demandas são dinâmicas e variam sempre conforme o período histórico que estamos passando.