A tecnologia evolui a cada dia, e isso está transformando o mercado jurídico com o uso de ferramentas que auxiliam os escritórios, inclusive com o uso da inteligência artificial, como o ChatGPT. De modo sucinto, Inteligência Artificial (IA) são tecnologias que permitem a sistemas e máquinas simularem o pensamento humano, indo além da reprodução repetitiva de tarefas. Vale destacar a opinião de Andrew Arruda, CEO da ROSS Intelligence. Andrew não apenas foi o responsável por desenvolver o primeiro advogado artificialmente inteligente do mundo (ROSS), criado a partir do computador cognitivo Watson (IBM), como também figurou entre os 30 jovens mais inovadores do mundo na edição 30 under 30, da Revista Forbes.

Para Andrew Arruda, os advogados jamais deixarão de existir. Ele reconhece que algumas profissões, como caminhoneiros, talvez não mais existam no futuro. No entanto, ele não acredita que o mesmo destino esteja reservado aos advogados.

Na concepção do especialista, a inteligência artificial tem potencial de criar mais trabalho para esses profissionais, além de melhorar o acesso à justiça em todo mundo. Com 100 milhões de usuários ativos em janeiro deste ano, o bate-papo criado pela startup americana OpenAI, o ChatGPT, é uma ferramenta de criação de textos de IA generativa, modelo que possibilita a produção de conteúdos originais via comando de texto.

Na prática, é possível solicitar ao robô a criação de uma minuta de contrato, de uma petição inicial ou verificar entendimentos jurídicos. O departamento jurídico da varejista C&A também tem se arriscado na utilização da inteligência artificial para automatizar processos internos.

Com mais de 15 mil colaboradores, um dos grandes desafios da companhia é capacitar as equipes. Com o intuito de tornar esse processo de aprendizagem mais interessante, um chatbot está sendo criado via inteligência artificial para interação entre o departamento jurídico e o público interno. Neste início desse ano, o primeiro robô advogado treinado pela inteligência artificial seria usado no tribunal dos Estados Unidos. A ferramenta foi desenvolvida pela DoNotPay, que usa inteligência artificial para automatizar pedidos de reembolso e contestações de cobranças injustas.

A ideia da ferramenta é que consumidores façam isso sem precisar contratar profissionais especializados. Após várias discussões e debates, sobre o uso da tecnologia no julgamento, o diretor-executivo da DoNotPay, Joshua Browder, o qual prometeu cobrir todos os custos se não ajudar a vencer a disputa, desistiu ao receber cartas de agentes da Justiça dos EUA em contrariedade ao uso da inteligência artificial. Ele, inclusive, foi ameaçado de prisão. Diante desse cenário, o advogado que faz um trabalho de robô será extinto.

Agora a advocacia pensada numa análise individualizada, com conhecimento técnico e expertise, aliada à empatia e atendimento, sempre estará em alta, sendo imprescindível para pessoas físicas e jurídicas. O robô não é capaz de analisar as especificidades de cada caso e pessoas que estão na dinâmica, para diferenciar as soluções possíveis em determinada situação.

Destaca-se que, efetivamente, as mudanças ocorrerão, mas não há lógica na extinção da advocacia estratégica, uma vez que os advogados que se utilizam da prevenção e da busca de soluções, a partir de uma análise sistêmica, serão ainda mais importantes nas definições das empresas e das pessoas para o seu cotidiano