Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença, como: sexo feminino, envelhecimento, história reprodutiva da mulher (mulheres que nunca engravidaram, gestação tardia, não amamentar, início precoce das menstruações, menopausa
tardia), consumo de álcool, obesidade, sedentarismo, exposição à radiação ionizante, trabalho noturno e histórico familiar de câncer de mama e outros tumores.
Ao contrário do que popularmente se acredita, a maioria dos casos de câncer de mama não são genéticos/hereditários. Ou seja, a maioria das pacientes com diagnóstico não desenvolve a doença por alterações herdadas e/ou familiares, mas sim por alterações genéticas adquiridas ao longo da vida devido aos hábitos. 

Portanto, mesmo sem histórico familiar da doença, os exames de prevenção são muito importantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), assim como outras entidades no país, como a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o Colégio Brasileiro de Radiologia, para as mulheres que não são consideradas de alto risco para a doença, ou seja, aquelas que apresentam risco médio populacional, a mamografia é preconizada a partir dos 40 anos de idade, com frequência anual (1x/ano). Não há uma idade limite para término da prevenção. No entanto, a partir dos 75 anos de idade, devemos considerar as condições de saúde de cada paciente e uma expectativa de vida de pelo menos 7 anos para mantermos os exames regulares.
Para o rastreamento do câncer de mama (avaliação de pessoasas sintomáticas, equivalente ao que chamamos de exame derotina para prevenção), a mamografia é considerada o exame padrão. Para mulheres com mamas densas, a mamografia precisa ser complementada pelo ultrassom de mamas, por apresentar uma sensibilidade reduzida nestas situações (ou seja, a capacidade de diagnóstico da mamografia em pacientes com mamas densas fica limitada quando utilizada isoladamente).

 
Recomenda-se o autoconhecimento das mamas, com observação visual e palpação, como método auxiliar na vigilância. Caso ocorra alguma modificação no padrão habitual, a paciente deverá buscar avaliação e orientação do seu médico pessoal. O autoexame ou autoconhecimento das mamas é muito importante, mas não substitui os exames de imagem de rotina.
Além dos exames de rotina (que fazem a detecção precoce ou prevenção secundária), para reduzir o risco de ocorrência da doença (prevenção primária), recomenda-se adotar hábitos de vida saudáveis, mantendo-se no peso ideal e com prática regular de atividade física, evitando o tabagismo e o consumo
regular do álcool.

No geral, as mulheres que praticam exercício físico regular têm um risco 10% a 20% menor de câncer de mama do que as mulheres que não são ativas. Este benefício é observado mais claramente em mulheres após a menopausa. A American Cancer Society recomenda realizar 150-300 minutos (2½-5 horas) de atividade física moderada por semana, ou 75-100 minutos (cerca de 1-2 horas) de atividade vigorosa. Esta quantidade de atividade está ligada a uma diminuição do risco geral de câncer. Não é necessário realizar todas as atividadesde uma vez. Elas poderão ser distribuídas ao longo da
semana. As atividades moderadas incluem caminhar, cortar a grama e dançar lentamente. Atividades vigorosas incluem corrida, tênis e natação. Não são apenas os exercícios intensos que estão relacionados à diminuição do risco de câncer de mama. Mulheres que praticam atividades equivalentes a uma caminhada rápida de 30 minutos por dia têm um risco cerca de 3% menor de câncer de mama do que mulheres que não são ativas.
O exercício pode estar associado à diminuição do risco de câncer de mama por auxiliar no controle do peso corporal, reduzir os níveis de estrogênio no sangue e estimular o sistema imunológico do corpo, ajudando a combater ou retardar o crescimento das células cancerígenas. A atividade física durante a idade adulta está associada a um menor risco de câncer de mama. Também está sendo estudado se ser ativo durante a infância e a adolescência pode estar relacionado a um menor risco de câncer de mama. Algumas descobertas mostram que as mulheres que eram mais ativas quando crianças e adolescentes podem ter um risco menor de câncer de mama em comparação com mulheres que eram menos ativas quando crianças e adolescentes. Outras descobertas mostram que as mulheres que foram fisicamente ativas durante a infância e a adolescência podem ter um risco ligeiramente reduzido de câncer de mama antes da menopausa, mas não após a menopausa. Este tema está em estudo. Para as pacientes que já tiveram a doença, alguns estudos mostram que permanecer ativo após um diagnóstico de câncer de mama está associado a um risco menor de mortalidade específica por câncer de mama (morte por câncer
de mama); mortalidade geral (morte por qualquer causa, nãonecessariamente câncer de mama).

Na rotina diária, procure ser fisicamente ativo: use escadas em vez de elevador, caminhe ou ande de bicicleta em vez de dirigir, estacione mais longe de uma loja, leve seu animal de estimação para passear, faça uma pausa para alongar, faça uma caminhada rápida, planeje férias ativas, use um dispositivo todos os dias para acompanhar seus passos, junte-se a uma equipe de esportes recreativos, use uma bicicleta ergométrica ou esteira enquanto assiste TV. Procure sempre respeitar seus limites e priorizar a orientação de um profissional especializado. Nunca é tarde para adotar um estilo de vida saudável.
Escolhas de estilo de vida saudáveis trazem benefícios em qualquer idade.