A medalha de Nossa Senhora de Fátima e as figuras que
representam seus filhos, todas penduradas em seu colar predileto,
revelam traços essenciais de Tânia Moreira: fé, família e afeto.
Natural de Pelotas, ela chegou à Secretaria de Comunicação da
Prefeitura de Santa Maria com uma bagagem robusta: muita
experiência no jornalismo e na comunicação pública, incluindo
sete anos à frente da Secretaria de Comunicação do Governo do
Estado, trabalhando diretamente com o governador Eduardo Leite.
Sua trajetória começou por acaso, quando foi chamada para substituir
uma repórter ainda antes de cursar Jornalismo. A insegurança
inicial deu lugar à paixão, que a levou ao Jornal do Almoço, na RBS
em Pelotas, onde atuou por 15 anos. Da redação, migrou para
a comunicação política, participando de campanhas desde 1994.
Coordenou a comunicação da campanha de Rodrigo Decimo
em 2024, que o elegeu à prefeitura e, ao aceitar o convite para
integrar seu governo, fez de Santa Maria sua nova morada. Tânia
acredita que comunicar com empatia, clareza e responsabilidade
é essencial para aproximar o poder público das pessoas.
Com sensibilidade e foco, ela propõe ampliar o alcance da
comunicação institucional, engajando universidades, entidades
e a comunidade para valorizar o potencial da cidade. Enfrentou
momentos desafiadores na comunicação do governo do
Estado, como a pandemia e as enchentes de maio do ano
passado, e traz consigo não apenas preparo técnico, mas
propósito — aquele que a encontrou lá atrás, nas primeiras
vezes em que pegou um microfone, e que até hoje a move.
Agora, entre reuniões e estratégias, ela já tem um lugar
favorito em Santa Maria: a charmosa Vila Belga, símbolo de
sua nova caminhada.
Como começou a sua ligação com o jornalismo?
Começou de uma forma inusitada. Eu era muito jovem e trabalhava
na então TV Tuiuti – que depois passou a se chamar RBS TV –
como secretária do diretor-geral. Um dia, faltou uma repórter, e a
chefe de Jornalismo me perguntou, e também ao meu chefe, se ele
poderia me liberar para fazer uma reportagem. E eu disse: “Como
assim?”. Lembro que a matéria era em um presídio. Aí ela me disse
que precisava que eu fosse, fizesse umas imagens, colhesse o que
fosse necessário de texto e realizasse as entrevistas. Me lembro
que a matéria foi ao ar no jornal. Depois, outra vez, ela precisou e
me chamou de novo. E acabou me convidando, então, para ir para o
jornalismo. Eu ainda não estudava Jornalismo. Fui, evidentemente,
me apaixonando. Fiz toda a faculdade trabalhando na RBS TV, em
Pelotas.
E o que a levou ao caminho da Comunicação Política?
Eu já estava trabalhando em Porto Alegre, no Jornal do Almoço,
e, em 1990, na campanha ao governo do Estado, fui convidada
para participar da campanha do Collares (Alceu Collares). Na época,
claro, não como coordenadora, mas como repórter. E a RBS não
aceitava isso, disse que eu teria que pedir demissão. Depois de
pensar muito, resolvi pedir, com muito medo, mas pedi, porque
financeiramente valia a pena para mim. Mas, então, o diretor da
RBS me chamou e disse que não queria que eu saísse. Perguntou
se eu aceitaria trabalhar em outro turno. Aí, entrei na política... e
nunca mais parei.

Depois de décadas dedicadas à comunicação pública e
campanhas eleitorais, o que a motivou a aceitar o convite
para assumir a Secretaria de Comunicação de Santa Maria?
Foi exatamente o próprio trabalho executado por tanto tempo
na comunicação pública, nas campanhas eleitorais. Eu já tinha
sido secretária da Capital, fui secretária do Estado por quase sete
anos, e então vim fazer a campanha do Rodrigo (prefeito Rodrigo
Decimo) em Santa Maria. E veio o convite por parte do prefeito
e do Guilherme Cortez (procurador-geral do Município) para que
eu assumisse. Fiquei muito lisonjeada, porque eles são incríveis.
As motivação também veio por conhecer, na
época da campanha, o projeto e as pessoas –
o Rodrigo, a Lúcia (vice-prefeita Lúcia Madruga) e o Guilherme
Cortez, com quem convivi bastante. E, também, a motivação
é poder contribuir, com base em toda a minha vivência em
nível estadual, com uma cidade como Santa Maria, coração do
nosso Rio Grande.
Você esteve à frente da comunicação de governos estaduais
e municipais em momentos decisivos. Quais experiências
dessas passagens você considera mais valiosas para
aplicar agora em Santa Maria?
Acho que toda experiência valiosa a gente acaba aplicando no
nosso dia a dia em um novo desafio. São muitas experiências
que posso contribuir e trazer para Santa Maria. Uma delas é a
forma de trabalho que implantei na Secretaria de Comunicação do
Estado, junto ao governador, uma experiência rica e valiosíssima
que posso trazer para cá. E acredito que a vivência em situações
de crise também é essencial. Estando à frente da Secretaria de
Estado, enfrentei toda a pandemia e as enchentes. No início do
governo, lidamos com privatizações, a maior reforma já feita no
Estado; depois veio a pandemia, depois as enchentes. De certa
forma, me qualifiquei para o enfrentamento de situações de crise,
criando, dentro da Comunicação, o Gabinete de Crise, reunindo
todos os coordenadores de comunicação das secretarias naquele
momento, enviando equipes para o Interior. Criamos também
um departamento de combate às fake news, juntamente com a
Polícia Civil e o Ministério Público. E já começamos a desenvolver
programas importantes, como o Prefeitura nos Bairros,
aproximando o poder público das suas comunidades.