É com escolhas feitas com muito cuidado e bom gosto que
Amanda Vontobel, 22 anos, se apresenta ao público em seu
primeiro álbum, “Silentemente”. Com referências do jazz, da bossa
nova, da MPB e da world music, que ganham vida em um trabalho
marcado por arranjos refinados e uma atmosfera intimista, ela já
conquistou ouvintes em 40 países. Seu show de pré-estreia, no
Café Fon Fon, em Porto Alegre, foi um sucesso.
Filha de Emerson Vontobel e Silvia Schramm Vontobel, Amanda
cresceu em Santa Maria, cercada por uma família que valoriza
a cultura. Seus avós, Ottomar e Líbera Vontobel, são figuras
marcantes na cidade, não apenas pelo empreendedorismo, mas
também pelo estímulo às diferentes formas de arte. Com Amanda,
não foi diferente – os dois estavam sentados na primeira fila do
Fon Fon para aplaudir a neta.
Desde pequena, Amanda demonstrava uma sensibilidade
artística aguçada. Frequentava o Theatro Treze de Maio com
sua avó Suely Mueller, onde absorvia as nuances do palco e da
performance, embora ainda se achasse tímida demais para ele.
No Colégio Marista Santa Maria e, posteriormente, no Colégio
Fátima, participou de shows de talentos, enfrentando a timidez e
descobrindo a potência de sua voz.
A música sempre esteve presente em sua vida, inclusive nas
viagens de carro com os pais e o irmão, embaladas por Madonna,
Britney Spears, Justin Timberlake e Jason Mraz.
– Mas o meu ponto de virada para conhecer mais sobre a música,
para ter uma virada de chave, foi conhecer o Cláudio Carrara e o
Vagner Cunha, no Recanto Maestro. Com eles, comecei a escutar
mais música brasileira, bossa nova, MPB, música gaúcha também,
do Nei Lisboa e do Vitor Ramil – conta.
Depois de um período morando em São Paulo, Amanda retomou
seus estudos de Administração na Faculdade Antonio Meneghetti
e reencontrou Vagner, começando uma parceria que culminaria na
criação de “Silentemente”.
O álbum, lançado em 8 de maio de 2025, é uma tapeçaria sonora
que entrelaça clássicos do jazz, como “Moon River” e “My Funny
Valentine”, com canções de Chico Buarque, Nei Lisboa e Vitor Ramil.
Destaca-se também a faixa “Pra Que Chorar (Ich Grolle Nicht)”, uma
homenagem ao avô Romeo Schramm, falecido no ano anterior,
que sempre foi um pilar de apoio e inspiração para Amanda.
“Silentemente” já foi ouvido em mais de 40 países – um feito
notável para uma artista em início de carreira. Amanda acredita
que o álbum reflete uma busca por identidade e autenticidade,
características de sua geração, que valoriza a pluralidade e a
liberdade de expressão.
A produção exigiu dedicação e sacrifícios. Amanda passou um ano
e meio em Porto Alegre, onde se dedicou integralmente ao projeto,
chegando a trancar a faculdade para se concentrar na música.
Agora, de volta aos estudos, reconhece a importância da formação
acadêmica para o desenvolvimento de sua carreira artística.
O pré-lançamento de “Silentemente”, no Café Fon Fon, na capital,
contou com a participação de Luiz Mauro Filho, pianista de Nei
Lisboa, e foi um momento de celebração e reconhecimento.
Com a presença de amigos, familiares e mentores, Amanda
apresentou seu trabalho com emoção e maturidade, demonstrando
o crescimento artístico que alcançou nos últimos anos.
– A professora Lúcia Passos, que é minha professora de canto,
estava lá e me ajudou na preparação vocal. Os meus amigos
foram assistir, pessoas que eu também não conhecia foram
assistir. Meus avós, amigos dos meus avós também. Então foi
lindo o dia, foi maravilhoso. Inclusive, ando postando bastante no
Instagram sobre esse dia, vou postar ainda mais – orgulha-se.
“Silentemente” é mais do que um álbum: é uma jornada íntima que
convida o ouvinte a mergulhar nas profundezas da alma humana,
guiado por uma voz jovem, mas repleta de significado e emoção.
– Estou muito feliz em estar lançando o álbum, em ter trabalhado
com músicos incríveis e com a repercussão do álbum, que está
sendo surpreendente. Estamos trabalhando para desenvolver
mais o alcance dele com alguns projetos pela frente, mas já estou
muito feliz e surpresa com o que está acontecendo – e cada vez
mais apaixonada pelo projeto. Meus pais merecem um prêmio de
melhores pais do mundo. Eles me apoiaram muito, me deram um
suporte emocional e tanto.
Amanda planeja, em breve, realizar um show também no Recanto
Maestro para marcar a estreia do álbum. Enquanto isso, já
vislumbra seus próximos passos no mundo da música:
– Esse álbum é feito de uma maneira muito introspectiva, mas
eu não digo que toda a minha carreira vai ser assim. As próximas
músicas podem ser bem diferentes – adianta.