Há estudos socioeconômicos e demográficos que preveem que os procedimentos estéticos nos Estados Unidos saltarão de 1,6 milhões, em 2014, para 3,8 milhões, em 2030. No futuro, os pacientes que almejarem resultados naturais com procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos combinados terão, a sua disposição, um amplo catálogo de combinações. A paciente, com o auxílio da sua inteligência artificial, um tipo de computador pessoal de infinita capacidade, analisará as alternativas e possibilidades. Um algoritmo especialmente preparado a colocará em contato com uma clínica de estética referenciada e próxima. Os computadores da clínica irão fazer uma avaliação médica inicial da paciente, seu histórico médico, hábitos, perfil genético, etc. 

A pessoa terá um microchip implantado, que recolherá seus dados vitais e bioquímicos, anexando as informações ao prontuário. Por meio de telemedicina, ela consultará com o médico especialista, que terá acesso a suas imagens tridimensionais, texturas e medidas, por sensores nos terminais domésticos. Ele discutirá com a paciente as alternativas para seu caso, prós e contras, custos, etc. Ana terá acesso a imagens HD das simulações dos tratamentos propostos. Uma equipe de profissionais de diversas áreas participará da análise do caso em tempo real, sugerindo o melhor protocolo, conforme as informações previamente analisadas. Escolhida a melhor alternativa, será feito um planejamento de tratamento. O médico mobilizará sua equipe para elaborar um tratamento para Ana, baseado em algoritmos inteligentes, especialmente criados para tal. A paciente participará de todas as decisões e escolherá as alternativas. No futuro, não existirão mais hospitais como os que conhecemos hoje. Serão unidades de saúde, clínicas high tech, que oferecerão uma enorme gama de serviços. Ou o tratamento será feito em casa, de forma remota, com medicina personalizada e o auxílio de medicamentos especialmente formulados, baseados no seu perfil genético. Os fenômenos que hoje retardam a recuperação, como edema, hematomas, dores e desconfortos, serão drasticamente reduzidos.


CAMPOS PROMISSORES NO FUTURO DA CIRURGIA PLÁSTICA CIRURGIA ROBÓTICA 

A cirurgia robótica consiste em braços mecânicos acoplados ao paciente, enquanto o cirurgião opera num console à distância, com mais conforto e ergonomia. Pela realidade aumentada e telemetria, a máquina fornece ao médico uma imagem tridimensional, que pode ser aumentada muitas vezes. O cirurgião pode operar remotamente. As incisões serão menores, com mais acesso a áreas restritas e melhor visão do campo operatório. Haverá menos complicações e menos dor, com rápida recuperação, pois haverá menos manipulação e menores riscos. EXOSSOMAS Exossomas são uma forma de comunicação bioquímica entre as células. Liberados na circulação, quando o exossoma atinge um célula-alvo, eles induzem numerosos processos biológicos. Na pele, eles têm poder de induzir a cicatrização. Os exossomas são candidatos promissores para a administração natural de drogas, devido ao seu pequeno tamanho, à sua baixa imunogenicidade e toxicidade, à sua permeabilidade de barreiras fisiológicas e à sua estabilidade na circulação. As estratégias de engenharia biomédica de exossomas têm um potencial milagroso para a medicina do futuro, uma vez que, por não apresentarem conteúdo genético, podem ser usadas de um indivíduo para o outro. GENÉTICA O estudo do genótipo é um futuro promissor para a medicina e para a cirurgia plástica. Em breve, o estudo do genoma fará parte dos exames rotineiros dos pacientes. No genoma, poderemos identificar genes causadores de doenças silenciosas ou determinantes para a cicatrização normal ou patológica, por exemplo. Com a epigenética, a qual é o estudo da interação entre o ambiente e a herança genética, a expressão de um gene pode ser modificada por intervenções externas.


MEDICINA DA LONGEVIDADE 

É possível que, no futuro, consigamos dominar ou retardar efetivamente o envelhecimento e a morte. Atitudes e tratamentos específicos para deter o envelhecimento estarão na pauta futurista. Várias são as alterações que ocorrem nos órgãos e tecidos durante o processo de envelhecimento humano. As alterações que ocorrem no Sistema Imune são apontadas como causa e/ou consequência de várias doenças relacionadas ao envelhecimento. O congelamento de células do tecido adiposo permitirá o uso futuro com o seu potencial máximo. Coletas na juventude para uso a posteriori serão situações corriqueiras. Clínicas de criocongelação ofertarão este serviço, no intuito de proporcionar o uso destas nas mais diversas situações. Nesta lógica, podemos conjecturar que novas doenças surgirão, ainda mais desafiadoras, mantendo o ser humano em sua busca pela perfeição e pela vida eterna.


ENGENHARIA TECIDUAL

 O grande desenvolvimento da engenharia de tecidos não pode ser desprezado e será uma estratégia futura para a medicina regenerativa e estética. A associação de materiais biológicos e artificiais cria os biopolímeros, que, associados à descelularização e aos biorreatores, compõem os principais instrumentos de trabalho para produção de órgãos. Cientistas conseguem manter, regenerar ou substituir um tecido ou um órgão e, assim, produzir estruturas vivas a partir de fragmentos ou de cultivo de células. Pele com anexos, órgãos sensoriais, glândulas, tecidos de defesa, órgãos inteiros e funcionais poderão ser produzidos. Talvez uma face completa, uma face melhor, poderá ser criada sob medida.


 POR: MARCOS ARDENGHI @ardenghicirurgiaplastica