Há alguns anos, o publicitário e autor santa-mariense Armando Ribas Neto começou, despretensiosamente, a salvar, no Pinterest, referências sobre um jovem ilustrador tailandês que vinha ganhando destaque com designers de semirrealismo, as cores e a forma de retratar os personagens humanos (ou nem tanto) em suas ilustrações.

Apreciador de histórias bem ilustradas, Armandinho não estranhou quando o ilustrador Arus Angchuan, mais conhecido pelo seu pseudônimo, Apolar, teve seu traço escolhido, pela Editora Nanmeebooks, para ser o responsável pelas artes da edição comemorativa do 20º aniversário dos livros de Harry Potter na Tailândia. E, como já era de se esperar, a edição especial da série foi um grande sucesso, o que tornou o trabalho de Apolar conhecido no mundo todo.

Por isso, quando a Editora Vitrola, que está publicando a sérieMarvin Grinn, escrita por Armandinho, no Brasil, perguntou qual ilustrador ele gostaria de escolher para suas capas, ele já tinha um nome em mente: Arch Apolar. Juntar um ilustrador que já conseguiu criar uma identidade própria e que surpreende a cada novo projeto do qual participa, com uma narrativa como a do jovem bruxo Marvin, com realismo fantástico, tinha tudo para ser uma história de sucesso. Mas, para que isso fosse possível, era preciso fazer dar certo os contatos com o ilustrador.


– Gosto de muitos ilustradores brasileiros, que são excepcionais, a exemplo do
Rafael Bianchin, que fez a capa da primeira edição de “Marvin Grin e a Chave
Mestra”. Mas o Apolar tem um traço todo especial para a fantasia. Quando entrei
em contato com ele, logo me disse que seria um privilégio ter o traço dele para
ilustrar nossas capas, embora achasse que era uma possibilidade distante, daí
falei sobre a série. Ele me pediu mais detalhes sobre o projeto e, dez dias depois,
respondeu que era exatamente o tipo de trabalho que tinha predileção em fazer
e que estava à nossa disposição, para inciar a partir de setembro – comemora
Armandinho.

 
Aos 31 anos, Apolar é um artista freelancer, desenvolvedor e ilustrador que tem se especializado em capas de livros. Ele traz várias referências pessoais para as suas criações, desde a fabricação de biscoitos da mãe,com quem desenvolve um projeto que une arte e confeitaria, até a
formação profissional, tanto em Arquitetura pela Chulalongkorn University, de Bangkok, na Tailândia, quanto em Desenvolvimento
Visual pela Academy of Art University, nos Estados Unidos. Todas essas referências são observadas, principalmente, em detalhes:
nas capas de em Harry Potter, por exemplo, isso está presente em molduras e elementos arquitetônicos que enchem os olhos de quem
aprecia a sua arte.

As novas capas de Marvin Grinn ainda são mantidas sob sigilo. Mas podemos adiantar que os esboços que a Persona teve acesso dão
ainda mais vida para a história do bruxinho que, aos 13 anos de idade, descobre-se em meio ao universo fantástico. Se, nos livros de Harry Potter, ganham destaque os traços estilizados que conquistaram Armandinho e uma legião de fãs da saga, em Marvin Grinn, prepare-se para traços incríveis semirrealistas, muitas cores e a assinatura cada vez mais inconfundível do artista Tailandês. É bom lembrar que, em suas primeiras semanas de lançamento, “Marvin Grinn e a Chave Mestra” liderou a lista de mais vendidos dos livros infanto-juvenis do país. E, agora, que surpresa será que esperam Marvin, seu autor e as histórias, mergulhadas em referências sobre a “Capital”, Porto Alegre, e Santa Maria nos anos de 1980? Dizem que não se julga um livro pela capa, mas, a contar pelo que já pudemos ver, os leitores podem se preparar para excelentes surpresas.