Existem sonhos que nascem quando ainda somos crianças e nos fazem perseguir ideais na busca por sermos os melhores profissionais a cada dia. Ao comemorar a sua primeira década de carreira, o neurocirurgião do crânio e da coluna Davidson Alba orgulha-se de nunca ter abandonado a vontade que teve, quando ainda era menino, de um dia se tornar médico. Não são só os 10 anos de atuação que são motivo de comemoração, recentemente, ele concluiu a especialização em cirurgia endoscópica da coluna pela USP, buscando sempre trazer, a seus pacientes, o que há de mais moderno, na busca pela qualidade de vida. Além de tudo isso, Davidson está exultante com a inauguração de uma nova clínica, no Vittacenter. O espaço foi cuidadosamente planejado e construído para oferecer o melhor atendimento a quem busca pela sua equipe. A medicina é um sonho seu de infância. Poderia contar um pouco sobre como surgiu essa paixão pela área? Eu decidi ser médico quando tinha oito anos, mas eu não sabia que área iria seguir. Na escola, já me interessava por anatomia e outros conteúdos que têm relação com a medicina. Também sempre gostei de tecnologia, sinto-me atraído por inovações, e isso é fundamental na nossa profissão. Na sétima série, aprendemos sobre o sistema nervoso, e me deu um estalo de que era aquilo que eu queria: a neurocirurgia. Curiosamente, no primeiro dia de férias, à tardinha, fui atropelado - e virei um paciente neurológico. E como esse acidente impactou a sua vida? Eu tinha tomado a decisão de seguir carreira na área antes de o acidente acontecer. Mas acabei virando paciente, conheci o neurocirurgião que me atendeu. Quando passei na faculdade de Medicina, comecei a acompanhar ele e o filho dele. Entrei na residência em neurocirurgia na Santa Casa, em Porto Alegre, que era onde eu sempre sonhava em fazer. Fiz cinco anos lá e, em 2013, voltei para Santa Maria. Durante a residência, aproximeime mais da cirurgia de coluna e fui tomando gosto. Você falou sobre esse gosto pela tecnologia, a área da cirurgia na coluna é uma das que teve muitos avanços nesse sentido. Que benefícios isso trouxe para os pacientes? A cirurgia de coluna vem progredindo muito nos últimos anos. Sempre houve um temor das pessoas em operar a coluna. Antigamente, havia menos cirurgiões, menos recursos, menos treinamentos, então, era mais complicado, especialmente para os pacientes. A introdução do microscópio cirúrgico, as técnicas menos invasivas, as formas de chegar na coluna sem machucar tanto a musculatura e a possibilidade de fazer cortes menores foram muito importantes e evoluíram para a cirurgia endoscópica, a cirurgia da coluna por vídeo, a qual é a forma menos invasiva de operar a coluna. A tecnologia na coluna foi avançando muito, ao passo que uma doença que faria o paciente ficar vários dias no hospital, com parafusos, hoje, é feita com cortes de menos de um centímetro, quase sem dor no pós-operatório e para a qual, depois de poucas horas, o paciente tem alta. Isso fez com que pacientes que antes não buscavam o neurocirurgião procurassem mais o trabalho de vocês? Com certeza. Pacientes que se sentiam inseguros com as técnicas antigas, especialmente nos extremos de idades, os muito jovens e os idosos, em especial, foram os mais beneficiados com esses avanços.

Quais são os fatores motivadores para procurar um neurocirurgião? Geralmente, em termos de coluna, será a dor. Geralmente, será apenas uma dor muscular. E é importante dizer que existem dores musculares que são incapacitantes, muitas vezes não dão a importância que esse problema merece. Não raro, é uma contratura por algum excesso: o músculo se contrai e dói por uma defesa. Agora, uma dor persistente, que não se limita à região lombar, que corre para o braço ou para a perna, chama a atenção. Se ela tem uma intensidade que impede de fazer as suas atividades, mais ainda. Um formigamento, quando a mão ou as pernas falham, porque não têm firmeza suficiente, é preciso ficar alerta. Perder, involuntariamente, urina ou fezes, é caso de urgência, porque pode levar à paralisia e a sequelas permanentes. Certamente, essa especialização que você buscou em Cirurgia Endoscópica da Coluna foi para promover mais qualidade de vida para os seus pacientes, mas também é um ganho profissional importante. Como isso se soma ao seu trabalho? É muito satisfatório poder oferecer aquilo que há de melhor em doenças degenerativas da coluna – e, quando falo em degenerativas, não são as sem cura, e, sim, aquelas do envelhecimento natural da coluna. O sistema nervoso é um sistema elétrico, quando não transmite direito, dá um mal contato, o que, no corpo humano, aparece na forma de formigamentos, dores, dormências, falta de força e sensibilidade. Como surgiu a sua aproximação com a cirurgia por vídeo? Isso da cirurgia endoscópica vem comigo desde 2015, quando fiz um primeiro curso, mas, na época, não comprei muito a ideia. Ela não conseguia oferecer tudo o que podemos hoje, porque houve a modernização dos equipamentos e das próprias técnicas cirúrgicas com o passar do tempo. As novas formas da cirurgia endoscópica a tornaram melhor do que a convencional. Depois, fomos estudar na Alemanha; na volta de lá, começamos a atuar na área. Em 2020, fui a Campinas, fazer um curso em um local que foi pioneiro no Brasil em endoscopia da coluna; em 2021, fiz um Curso em Minas Gerais; e, a partir de 2022, foram idas e vindas até Ribeirão Preto, para a pós que fiz em Cirurgia Endoscópica da Coluna. Você credita muito à tecnologia essa melhora nos resultados. Poderia apontar quais são, efetivamente, algumas das vantagens destas cirurgias para os pacientes? Todos os problemas que existem em uma cirurgia tradicional são minimizados quando se trata da cirurgia endoscópica. O risco de sangramento é menor, a dor no pós-operatório é muito menor, o risco de infecção é menor, até pela própria exposição muito menor. Tirar as hérnias e os bicos de papagaio, por exemplo, a gente também faz, com a vantagem de ter uma técnica mais delicada e enxergando melhor, com o endoscópio, que proporciona uma visão que se abre e cria um campo de visualização muito melhor, evitando manobras prejudiciais.

O que vocês trazem de inovação com a nova clínica? A gente quis oferecer um acolhimento condizente com essa proposta tecnológica, de mudar paradigmas – e, principalmente, para que a nossa assistência acompanhe o que temos proposto em cirurgia, com um ambiente modernizado e com facilidades que, arrisco dizer, não se encontram em outro local da cidade. Fora a proximidade com o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, onde fazemos a maioria dos nossos procedimentos. O novo espaço também tem um olhar cuidadoso e de muito bom gosto da sua esposa, Naiana Buligon Alba, como é essa questão da família para ti? A gente tem cuidado disso junto, e estamos sendo muito felizes com isso. A certeza de que nosso filho, Giuliano, está coberto de amor, ao passo que nós, de dedicação em ensiná-lo os princípios divinos e corretos, faz-me realizado como pai, e a nós como família! Como você avalia esses 10 anos de carreira? São anos de muita satisfação, mas de batalhas, de construção, de muito trabalho. A gente se acostuma desde cedo na faculdade, e principalmente na residência, a uma carga de trabalho muito intensa, então, tem de querer muito e tem de estar consciente dessa escolha para o resto da vida. Os pacientes precisam de pessoas conscientes dessas escolhas, porque, na hora “H”, é tu e o paciente, ele precisa de ti para sair da situação desconfortável que se encontra. Então, tu tens de estar disposto e preparado para resolver aquilo. Eu sou feliz com a minha profissão, são vários sonhos se realizando em sequência, e esse passo da cirurgia por vídeo é mais um deles. E os planos para o futuro? Espero consolidar essa rotina, colher os impactos positivos que a cirurgia endoscópica por vídeo proporciona para a vida do paciente, porque, se tu agrides menos a coluna dele, ele vai ter menos dor e uma vida mais saudável, com mais qualidade – e isso é extremamente gratificante. Colaborar com a saúde da coluna do paciente é muito gratificante. Buscar ter uma vida saudável deve ser um objetivo de todos nós